quarta-feira, 9 de abril de 2008

Mas da onde eu tirei que comigo seria diferente? Porque seria diferente? Teus vinte e um anos, pedem o mesmo que qualquer outros vinte e um pediriam. Querem festa, beijar, transar, querem aproveitar a juventude, e não ter responsabilidade de um pai. A tua juventude não quer embalar neném e muito menos ter noites mal dormidas por choros de neném. E a minha juventude? Os meus dezoito anos? Vão dar um salto para uma vida talvez nada fácil, vão acabar se tornando noites mal dormidas, limpar fraldas, dar banho, dar exemplo, comida, amor, ser mãe e ser pai ao mesmo tempo. Suprir as necessidades que todo filho tem. Enquanto você fica aí, curtindo com seus amigos. Mas claro, também você não sente esse ser tão pequenininho se mexendo dentro de você, dando chutinhos, como se falassem com você, dizendo que te ama. Talvez um dia, quando quiseres ter a responsabilidade de um filho, quando tiver teus trinta e poucos anos, você possa sentir o que é ter o amor de um filho, e então verás o que perdeste, e quem sabe ainda sinta, pense e se dê conta que deixaste na mão, muito mais do que a mãe do seu filho, mas o próprio! Então será tarde demais...
E sem nem ao menos conhecê-lo pode olhar um rapaz na rua, e pensar, que esse poderia ser seu filho, bem vestido, com um sorriso no rosto, conversando com uma moça apenas uns vinte anos mais velha do que ele, então pensará; "hoje eu podia estar com meu filho criado, e teria tido toda a responsabilidade, teria dado amor, e não fugido de medo como um rapaz de vinte anos". E esse então, poderia ser seu filho e eu! Mas apesar de ser tarde demais, ele terá tido todo o amor e carinho necessário, que uma boa mãe, mesmo que jovem deu a ele, enquanto você apenas soube como todos os outros caras de vinte anos, virar as costas sem pensar duas vezes e fugir de medo para curtir a vida. E eu terei um filho me amando, com orgulho de mim, pois consegui vencer, e fazer dele um belo rapaz!