quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Mais um ano que esta por chegar ao fim. São tantas as lembranças de que tenho, que me confundo entre os anos que tenho passado. Me perco na noção de tempo, e de tantas memórias.
Esse novo ano que esta por vir, tenho certeza de que será inesquecivel. E de que, no término dele não haverão lembranças das quais poderia confundir com qualquer outro ano que seja.
Este ano que esta por terminar foi feito de muitas pessoas do passado, feito por muitas coisas "re". Revivi, relembrei, reencontrei, repensei. Tentei. Dei chances para que as pessoas me surpreendessem, dei chance para mim mesma. Me permiti sofrer, chorar, e até soltar alguns sorrisos. Fiz do meu ano, uma longa espera. Entre esperanças expectativas. Me decepcionei, amei. Não me surpreendi com quase nada de novo. Não houveram muitas coisas novas. Conheci algumas pessoas, saí bastante, pouca coisa realmente valeu. Mas as poucas que valeram, foram boas.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Já não queremos que o outro volte, já desejamos que ele nunca mais apareça.

A saudade tem prazo de validade. Não pode permanecer muito tempo guardada. Não pode permanecer muito tempo não sendo correspondida. Depois de aberta e fora do convívio, assim como o leite, a saudade azeda. E não há memória refrigerada para conservá-la. Quando passa da hora, aquela falta ansiosa e comovente é capaz de se tornar ironia e sarcasmo. O suspiro se transforma em ofensa – nos enxergaremos tolos e burros por confiar cegamente em alguém e esperar à toa. Reclamaremos nossa idiotice por termos feito uma vigília em vão, por termos esquecido de viver. Já não queremos que o outro volte, já desejamos que ele nunca mais apareça em nossa frente. Violentaremos as lembranças, fecharemos a reza. A ternura de antes será trocada pela raiva de não ser atendido. Mudaremos a personalidade de nossa conversa, de doce para ácida. Pois o segredo (a saudade é um segredo!) que nos alimentou durante meses não fora respeitado. Infelizmente, a saudade apodrece. Quando deixamos de pedir a presença para cobrar a ausência. É sutil o movimento. Toda a atenção dedicada ao longo de um período começa a ser vista como desperdício. Não aconteceu retorno das juras, nem o estorno das expectativas. Você mandou centenas de mensagens, renunciou saídas com amigos e bares, teve uma vida discreta e fiel, só para honrar uma despedida, e percebeu que, no fim, sempre esteve sozinho na saudade. Saudade é como o amor. Perece quando não é a dois. Aliás, quando a saudade não é a dois, deixa de ser saudade para se descobrir solidão. A saudade é o que guardamos do amor para o futuro. É o que deixamos para amar no futuro. Nada dói tanto quanto um amor que não vingou após os cuidados do plantio. Nada dói tanto quanto a saudade que envelhece, uma saudade que definhou pela indiferença, que não foi valorizada pela nossa companhia, que não desembocou em festa. Nada dói tanto quanto promessas feitas gerando ressentimento. A saudade não é eterna. Acaba quando percebemos que o amor era da boca para fora, que a urgência era interesse, que a necessidade era falsa. A saudade é uma esperança de amor. Precisa ser consumida rapidamente, não mais que três meses. Senão, nos consome e nos estraga.

Perfeito.

"Dia desses, antes de dormir, ousei prometer uma coisa diferente de todas as outras promessas quebradas ou não cumpridas nas segundas-feiras passadas. Jurei pra Deus e pra mim mesmo que seria feliz. Que transformaria todos os meus dias em tentativas desesperadoras de me fazer feliz. Mesmo não sabendo muito bem o que significa isso, ou como eu poderia conseguir.

Comecei pelo jeito mais fácil, mais óbvio: fingindo pra mim mesmo que era alegre. Comecei a fingir leveza nos pesos e dramas diários. Comecei a não reclamar tanto do calor, do frio, da fome, dos que me cercavam, e, principalmente, dos amores errados.

Foi difícil, confesso. Deu uma vontade enorme de mandar tudo prozinfernos. Explodir com de costume. Xingar a vida e só dormir. E nessa da gente fingir que é feliz, uma hora, as coisas começam a dar certo, e acabamos deixando de ser atores das próprias vidas.

Inacreditavelmente, depois que abdiquei do meu sofrimento para deixar de sofrer, as lágrimas foram secado. Mas não se engane quem pensa que a tarefa é fácil, ou que fingir sorrisos sempre tapa os buracos no coração. Não. Às vezes, a vida pesa.

Parti, depois, pra parte mais difícil: deixar de lado, o que já tinha me deixado. Aprendi que a maioria das minhas necessidades, não são vitais. Percebi que um carinho, um afago, um abraço, podem até me alegrar, acelerar meu coração, e todas essas coisas doces que a gente sempre sonha e deseja. Mas nada melhor que um beijo dado com vontade, sem ser implorado, suplicado, sem precisar de piedade.

Percebi que não importa muito o que sintamos por alguém, essa pessoa simplesmente não é obrigada a sentir de volta. Todos nós temos as nossas vidas e cargas emocionais divergentemente únicas. Nosso repertório pessoal, nosso amigos, nossas experiências, frustrações, sonhos e desejos, são diferentes. Por isso, às vezes, talvez, não consigamos, sei lá, amar ou sermos amados de volta.

Logo em seguida, então, cheguei na parte mais desafiadora: tentar. Mesmo com pouca coragem, precisando dos empurrões vizinhos dos corações que batem latentes aos nossos, fui. Me lancei ao mar, mesmo cercado por tubarões e feridas abertas das batalhas anteriores, esperando ansiosamente pelo resgate de alguém, que, com sorte, me ajudasse a cuidar dos machucados.

Nessa vida, a única coisa que podemos arriscar, é a nossa felicidade. Dar certo é só questão de verbo, já que ser feliz é tanta “coisa”, quanto o significado dessa palavra aspeada. Meu amigo, o que eu quero dizer sem tantos rodeios, é que: tente. Mas tente mesmo. Tente um amigo ou um amor novo. Um sabor diferente de sorvete ou uma roupa mais ousada.

Às vezes, tudo que a gente precisa, é de um carinho vindo de alguém que quer o dar. Depois de lutar tanto por algo que não se movia, passei a observar que várias outras coisas se colocavam literalmente a minha disposição, e, ao contrário das imóveis, me queriam fazer ainda mais feliz. A vida tá ai, pra te mostrar outros caminhos, e rostos. Você só precisa ser suficientemente corajoso para topar as aventuras que ela tem pra te oferecer.

Dia desses, antes de dormir, ousei prometer uma coisa diferente de todas as outras promessas quebradas ou não cumpridas nas segundas-feiras passadas. Jurei pra Deus e pra mim mesmo que seria feliz. Que transformaria todos os meus dias em tentativas desesperadoras de me fazer feliz. E tenho certeza de que ainda estou tentando, pelo menos percebo isso sempre que um novo sonho me surge nas horas largas do dia. Sei que o caminho é grande, mas, acho que é por isso que ainda estou vivo. Pra me sentir vivo. Pra viver. Pra tentar." (Matheus Rocha)